Chico Xavier quis conhecer o presídio ao invés de uma cidade que visitava, perguntando para o diretor do presídio: “Quanto somos aqui?”. Considerava cada um de nós um preso em potencial pelas faltas que cometemos em vida, seja falta de ética, falta de caráter, desvio de dinheiro dos pais quando adolescente ou mentir sobre atos condenáveis cometidos na escola, avançando como adulto nas traições, na inveja, ambição desmedida, concupiscência, tirando vantagem de negócios, sonegando informações e imposto, afagando com uma mão e apedrejando com a outra, enganando, prestando falso testemunho, não abrindo mão de seu poder ou domínio, ressentido até o fundo da alma, magoando-se com qualquer coisa que se diga, nem sempre dizendo tudo.
A sexagésima sexta intervenção espiritual, em 26 de outubro de 2018, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura e comentários sobre o item 16 (“A beneficência”) do capítulo 13 (“Que vossa mão esquerda não saiba o que faz vossa mão direita”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Todos vós tendes alguma coisa que podeis dividir. De fato, dar. De tudo o que Deus vos tenha dado, disso deveis uma parte àquele que não tem nem o necessário, pois, em seu lugar, ficaríeis felizes se alguém dividisse convosco. Por certo, vossos tesouros na Terra ficarão um pouco menores, mas no Céu colhereis cem vezes mais o que tiverdes semeado no plano físico. Será que não podes dedicar algumas horas de teu precioso tempo, se for teu único tesouro, em benefício dos teus semelhantes? Com o produto do teu esforço poderás também proporcionar aos teus irmãos tua parte de consolo. Dai vosso talento, vossas inspirações, vosso coração, poetas, literatos, pintores, artistas de todos os gêneros, que vossa inteligência também socorra vossos irmãos!
Quanto somos aqui? Se ainda necessitamos ser ajustados para aceitar nossas limitações, fraquezas, inconformismo diante de desejos não atendidos, arrogância falida e medo de ir para o final da fila. De arcar com o ônus de suportar a verdade de que nos encontramos a uma distância galáctica do equilíbrio espiritual. Não fomos treinados para conversar tintim por tintim sobre percalços e anomalias que apoquentam o nosso ego, cujo mau humor transferimos para a nossa interatividade do dia a dia.