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CAPÍTULO XCI – MEDIUNIDADE

Segundo o Dr. Paulo Cesar Fructuoso, médiuns são criaturas dotadas de sensibilidade diferenciada e aguçada capazes de detectar a presença de espíritos viventes em universos paralelos ao nosso. Podem, portanto, captar sons, imagens e até odores inalcançáveis pela grande maioria dos homens e mulheres na Terra. Como doutrina filosófica e científica, o Espiritismo codificado por Allan Kardec no século XIX busca estudar os fenômenos mediúnicos e interpretar à luz da razão o seu significado e os ensinamentos obtidos a partir deles. Com múltiplas variações de intensidade e modalidades, é uma faculdade inerente ao ser humano.
A nonagésima primeira intervenção espiritual, em 22 de novembro de 2019, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura e comentários sobre os itens 1 e 2 (“Características da perfeição”) do capítulo 17 (“Sede perfeitos”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito. Mas se fosse dado à criatura ser tão perfeita quanto o Criador, ela O igualaria, e isso seria inadmissível. Porquanto a quem Jesus se dirigiu, não compreenderam a questão. Necessário foi relativizar. A perfeição consiste em não desejar o mal àqueles que nos odeiam, querer bem aos nossos inimigos, e orar em favor dos que nos perseguem. A caridade em sua mais ampla significação por definir a prática de outras virtudes como a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. Distanciando-se de sua negação ou enfraquecimento, através da nefasta influência do ego exacerbado, valendo-se do egoísmo e orgulho. O grau de perfeição ocorre na medida em que o amor ao próximo se estende até o amar aos inimigos.
O médium vidente julga ver com os olhos do corpo físico, mas, na realidade, é a alma (ou o espírito encarnado) quem vê. Em decorrência disso, tanto faz ver com os olhos abertos ou fechados, ou mesmo ser cego. O que importa é o sentido mediúnico da vidência, embora haja os que não têm nenhuma consciência do poder que possuem. Frequentemente não atentamos para o imenso potencial energético que existe dentro de nós e não atiçamos intermitentemente nossa curiosidade científica para decifrar os enigmas de nossa existência. A não questionar do que se trata a consciência do estado em que nos encontramos. Não se render às incontestáveis evidências da continuidade da personalidade humana que encarnamos ao adentrar o Plano Espiritual, após o desencarne. Por que tamanha carga de sofrimento humano a ser vencida? Se não for assim, a gente não aprende? Ou por corresponder ao nosso grau evolutivo lento, primário, inculto e ignorante? Medido pelas relações humanas ou pelos desníveis da sociedade. Fazendo questão de desconhecer a nossa História. A despeito dos avanços gritantes da tecnologia. Em completo descompasso com situações que, por vezes, nos obrigam a rastejar, nos humilhando para nos livrarmos de penas impostas em consequência do livre-arbítrio.
Sede perfeitos e investiguem! Não se deixe morrer assim!

Antonio Carlos Gaio:
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