Cada vez mais percebo em mim que a espiritualidade constantemente sinaliza para uma grande expansão na minha sensibilidade, atento às intuições e percepções sutis que chegam para me orientar e me proteger de assédios de espíritos decaídos e malévolos que constantemente nos assolam e sopram ventos gélidos com o propósito de apagar nossa energia. É quando você observa o caminho percorrido e percebe que está conseguindo superar os desafios adquirindo consciência do quanto se transformou. É a sabedoria que vem chegando, a despeito das provações não interromperem seu fluxo interminável de testar nossa retidão moral.
Diante da espiritualidade, não há como evitar de ir ao âmago do problema ou não ir direto ao ponto. É como se fosse um dever inadiável, mas muito difícil de ser cumprido pois se encontra em frequente antagonismo com a pressão do espírito interesseiro e as seduções do coração. As vitórias que o dever acumula em sua conta não têm testemunhos nem as derrotas estão sujeitas à repressão.
A nonagésima quinta intervenção espiritual, em 17 de janeiro de 2020, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura e comentários sobre o item 7 (“O dever”) do capítulo 17 (“Sede perfeitos”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
O dever é o mais belo laurel da razão, provindo dela como um filho nasce da mãe. Apesar de mais associado a obrigações militares, ao dever cumprido, a missão alcançada. Mas é o dever moral que se impõe, e não o relacionado a determinados ofícios. Primeiro para consigo mesmo e, em seguida, para com os outros. Governado pelo seu livre-arbítrio, incitado pela consciência, o guardião da integridade interior, que o adverte e o sustenta.
Deus criou todos os homens iguais perante a dor, incultos ou esclarecidos, sofrendo pelas mesmas causas a fim de que cada um avalie com sensatez o mal que andou fazendo. Uma sublime providência que atinge seus filhos para que, instruídos pela experiência comum, não cometam o mal alegando a ignorância de seus efeitos.
O dever é uma fortaleza da alma sujeita a dobrar-se quando enfrenta as vicissitudes da luta do dia a dia. No entanto, deve permanecer inflexível perante suas tentações. Daí o homem dever amar o dever, não porque o preserve dos males da vida, aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas por conferir à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.
Muito embora os limites do dever se estreitem entre a ameaça à felicidade ou à tranquilidade de seu próximo e termina no ponto em que não desejaríamos vê-lo transposto em relação a nós mesmos.
O homem que cumpre seu dever ama mais a Deus do que às criaturas, e às criaturas mais do que a si mesmo, sendo, ao mesmo tempo, juiz e escravo em sua própria causa.