Madelin Alvarez Correa de Santiago do Chile me comparou a uma fênix, ave da mitologia grega que, a cada ciclo de vida de 300 anos, entrava em autocombustão para, em seguida, renascer das próprias cinzas. Pelo desfecho de minha vida se fazer anunciar pelo câncer, fogo selvagem e infarto, que me atacaram ao longo de 2015, no qual teria renascido de minhas enfermidades com mais aspectos belos de minha alma do que antes, segundo Madelin.
É bem verdade que minha recuperação ultrapassou todas as expectativas, mas espantoso de fato é minha relação com meu pai ter transcendido a espiritualidade e já durar tantos anos que eu perdi a conta, por ambos respeitarmos as emoções que nos foi tocado viver que, com o tempo e os meus anos de experiência ou de idade, me fizeram compreender que nem tudo consiste em se tocar fisicamente. Pode-se sonhar com seu verdadeiro amor ou mesmo nele pensar sentindo-se feliz pelos seus êxitos, ou quiçá triste por vê-lo imerso em dores, que superam sentimentos mais egoístas que exigem a necessidade física.
Somente agora, meu pai, posso te confessar que sinto uma profunda admiração por tudo que realizou, ao arrepio das tremendas dificuldades que enfrentou e que até testemunhei, principalmente no estágio final de sua existência, as quais sublinho saúde e incompreensão para com sua espiritualidade. Não tenho vergonha de te dizer que te amo de verdade, e tu já deves saber que sempre pode contar comigo, a despeito de eu ainda necessitar de maior aprofundamento espiritual. Embora saiba que tu não demandas amor incondicional, porque, neste exato momento, isso impediria meu crescimento.
A vigésima intervenção espiritual, em 13 de maio de 2016, se iniciou com cânticos para abrir caminho para os espíritos curadores e a leitura dos itens 7, 8, 9 e 10 (“Mistérios ocultos aos sábios e aos prudentes”) do capítulo 7 (“Bem-aventurados os pobres de espírito”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Os incrédulos se admiram com o tão pouco esforço que os Espíritos fazem para os convencer. É que eles se ocupam dos que buscam a luz com humildade e de boa-fé, ao invés daqueles que se julgam donos da verdade e aos quais Deus deveria primeiro provar que existe, para depois eles poderem aceitá-Lo. Quando não é o incrédulo que deve determinar a Deus o que fazer ou o que dizer, pois Ele não tem o hábito de ouvir os que se acreditam maiores do que o Divino. Imagine o que os incrédulos não diriam se o mais simples dos seres humanos quisesse se impor a eles! Deus não quer lhes abrir os olhos à força, uma vez que lhes convém mantê-los fechados. Sua vez chegará, mas primeiro é preciso que sintam as angústias das trevas e reconheçam a Deus, e não o acaso, quando atingidos em seu orgulho.
Não poderia Deus lhes mostrar pessoalmente fatos sobrenaturais na presença dos quais o incrédulo mais empedernido se convenceria? De que isto serviria se, vendo esses fatos todos os dias, se negam à evidência? Até mesmo enfatizando que, ainda que testemunhassem, refutariam, por considerá-los impossíveis. Sinal de que seu Espírito ainda não está pronto para entender, nem seu coração para senti-Lo. É preciso, inicialmente, curar a causa da cegueira, corrigindo, primeiramente, o orgulho. Desde que aconteça por vontade própria de modo a abrir os olhos para a luz.
Deus só passa a fazer sentido quando aprendemos o suficiente para levar adiante nossa missão, caso contrário dificultamos tudo por não saber ler o que nos está reservado.
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