Muita gente prefere não estar casada no Carnaval. O sentimento de liberdade do Carnaval faz as pessoas sentirem o peso do compromisso e das responsabilidades que coadjuvam o casamento.
Os chamados imaturos se deixam seduzir pela alegria momentânea ou pela hipersensibilidade dos festejos, e largam tudo para viver a plenitude da euforia.
Se houvesse coragem, o recomendável seria conversar antes de cair na folia para flexibilizar as relações e evitar que acabem.
Mas como combinar pra tudo não acabar na quarta-feira de Cinzas? Se o risco de estabelecer novos relacionamentos impede a reconciliação.
E se depois da ressaca do Carnaval vier o arrependimento? A solidão e o sentimento de culpa subsequentes deixam claro o fim do Carnaval. Não adianta porque a decisão já está tomada em virtude de as feridas deixadas pela infidelidade serem profundas, e nem sempre superáveis. A infidelidade explícita.
Antigamente eram as mulheres que tomavam a iniciativa de se separar por conta da infidelidade no Carnaval chegar ao descalabro e à humilhação completa.
Atualmente são os homens que assistem suas mulheres formarem blocos com o nome de “Mulheres Rodadas” e saírem cantando: “Eta, eta eta, eta, o Cunha agora quer controlar nossa buceta.” Misturando-se com homens, outrora considerados abjetos, baixos e vulgares, por intitularem blocos com “Já comi pior pagando”, “É pequeno, mas balança!”, “Pinto sarado”, “Se não quiser me dar, me empresta”, ao que elas retrucam com “Põe na quentinha?”, sem mais serem chamadas de piranhas.
As mulheres invadiram a praia dos homens no Carnaval, jogando o jogo até então privativo das bestas feras, e, na maciota, os obrigaram a botar o galho dentro para não dar vexame e se sujeitar à galhofa de seus corretos e fiéis companheiros de jornada.
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