O filme não vem obtendo o reconhecimento que merece quando faz jus à nota 10 em figurinos altamente rebuscados, trilha sonora com músicas inidentificáveis do princípio dos anos 1950, fotografia, uma viagem ao passado, e roteiro adaptado de um romance semiautobiográfico de Patricia Highsmith publicado em 1952, no qual trata de um amor entre duas mulheres numa época em que os tabus impunham as regras do jogo. Todos candidatos ao Oscar, bem como a maravilhosa Cate Blanchett (atriz) e a surpreendente Rooney Mara (atriz coadjuvante), que formam um casal amoroso que torcemos ao final para que fiquem juntas, a despeito do clima tenso com que o diretor Todd Haynes (“Longe do Paraíso”) embalou o filme, compatível com o mundo hostil a um amor com tremenda razão e sensibilidade a ponto de nos deixar chapados com uma produção tão bem cuidada através de elementos decorativos que nos deleitam. Para amenizar que amor entre mesmo gênero devia ser objeto de terapia (desvio da normalidade), considerado delito penal (sujeito a prisão) e motivo de vergonha para a família, além de repúdio do marido, que ganhava direito à guarda do filho.