Fernando Cavendish é um empresário que se tornou invisível para a Justiça depois do acidente aéreo que desgraçou sua vida, ao perder sua mulher e revelar o empréstimo de helicópteros e viagens à Europa com o primeiro escalão do governo Sérgio Cabral, ao festejarem com guardanapos na cabeça. Sua empresa Delta Engenharia foi líder nas obras do PAC, dominou projetos no Estado do Rio, chegando a ter mais de 200 obras e figurando como a quinta maior empreiteira do país em 2011, até naufragar em escândalos, que incluem desvio de recursos públicos e propinas, caindo em desgraça quando se envolveu com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A expectativa era de falência, pois a marca Cavendish contaminava qualquer tentativa de retomada de obras, tendo sido declarada idônea. Até conseguir a recuperação judicial depois de 3 anos ao passar o negócio adiante para o grupo espanhol Essentium, que atua em 20 países, sobretudo na África, América Latina e países árabes. Habilmente, os espanhóis se aproveitaram da conturbação no mercado das empreiteiras causada pelas denúncias de desvios na Petrobras, apuradas na Operação Lava Jato, para crescer justamente no momento em que o país precisa de infraestrutura e deslanchará um pacote de concessões. Cadê a crise, se mais grupos estrangeiros cobiçam entrar no mercado nacional de obras públicas? Se a Essentium irá assumir R$ 400 milhões em dívidas da Delta e botar no bolso de Cavendish mais R$ 450 milhões. O ladrão apenas ficou menos rico, sem levarmos em conta o que tem no paraíso fiscal, e não foi preso nem investigada a origem de sua riqueza. A mídia se locupleta demostrando sua obsessão no caminho que as demais empreiteiras terão de percorrer para sair do atoleiro: a venda (do país) aos estrangeiros. Com todos se dando bem. O crime compensa no capitalismo.
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