César Maia se despede do Rio de Janeiro exaltando seu passado de comunista, que não deu nem um tiro, seja qual fosse a direção. Como prefeito de quase 4 mandatos, nunca se viu tintura de qualquer espécie de socialismo, nem mesmo o socialismo moreno de Brizola, em que bebeu na fonte. Sequer seus planos, atos e atitudes políticas. De esquerda, só o seu estilo gauche de criar símbolos espetaculosos para marcar sua gestão, reforçando o anedotário que transforma gestores em gestantes de mau gosto. Seu eleitorado, predominantemente antilulista e antipetista, jamais se sentiu ameaçado com seu perfil tecnocrata e asséptico. Bem ao gosto dos saudosistas de Carlos Lacerda que, com pesar, constatam que a ditadura militar não precisava ter exagerado na mão pesada contra comunistas, cuja ideologia, com o tempo, foi desbotando e tornou-se inofensiva. Também faz parte da democracia escolher o lado mais fácil, se ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.
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