A realidade exige que tenhamos de aprender com tudo aquilo que entra em choque, umas coisas contra as outras. A tirar uma lição do que se opõe ao que você acredita. De forma a que você atue, assuma uma posição e se decida por onde e o que fazer dentro do que lhe é facultado, não caindo na perplexidade nem na imobilidade. Sem se restringir à impotência. Amasiando-se com a passividade. Mergulhando na melancolia. E abraçar o ceticismo como ideologia de vida.
É sempre assim. No instante em que você começa a alargar seus horizontes, expresso em apoio como nunca teve antes, surgem seres abortados pelo ceticismo que se arrogam alto saber, enxergando o nada no Além, de costas para a fé, seja no que for, a pregar o caos, que tudo está ruim, muito pior do que no passado, boxeando com a realidade, em um isolamento completo se comparado com o Todo.
O otimismo, por si só, não é capaz de provocar mudanças da água para o vinho. Contudo, todos os grandes líderes foram e são otimistas porque acreditaram sempre nas possibilidades de transformação revolucionária da realidade.
Por outro lado, o ceticismo leva à inação, no instante em que você se defronta com a mata fechada que terá de desbravar e abalar suas convicções sobremaneira. Pois o medo de vislumbrar um campo aberto, e de vir a ser o que sempre negou e até abominou, pode se converter num pesadelo. Já que o transformará numa pessoa mais feliz e centrada. O que sempre acalentou mas temeu ser. Todavia, somente depois que entender e aceitar todo o mecanismo de vivermos mais de uma vida. E não nos atermos a nascer, viver e morrer. Quem não entender o sentido e a justiça na pluralidade de vidas, pode abreviar seu transcurso aqui, abatido por coisas aparentemente sem sentido. Malgrado o seu brilhantismo intelectual, não suportam o enigma e se cansam ao não desvendá-los.
O enigma de nos perdermos de nós mesmos e procurarmos em vão pela nossa alma.