A morte de Chávez lembra a Grande Partida de inúmeras pessoas que não querem se despedir desse maravilhoso espetáculo que é a vida – exceto para a mídia rancorosa e cética. O apego, em anúncio luminoso. A dificuldade em dar adeus, baseada na esperança, que é a última que morre. Não é que você tenha de entregar os pontos. Mas o corpo de Chávez, melhor dizendo, quase cadáver, foi objeto de ponte aérea entre Venezuela e Cuba, a pretexto de salvar sua vida, mas que ganhou foro de eutanásia. Pois nessas condições de extrema enfermidade, o espírito pede serenidade para transitar na Grande Viagem. Não ficar envolto nas atribulações para tomar posse em novo mandato – semimorto. Chávez optou por prestar-se a perdurar no fim de vida o seu ideário socialista, embora agonizando a caminho da morte. Para se imortalizar. O sonho recorrente de pessoas nesse estado é o de não conseguir encontrar o caminho de volta. A triste realidade de não aceitar a irreversibilidade do caminho de ida para enfrentar outra vida com mais consciência.