O “Cisne Negro”. O Lago dos Cisnes. Até Zeus já foi cisne para conquistar Leda, uma jovem e formosa princesa que amava deitar-se nua na relva, apreciando o canto dos pássaros e expondo seu belo corpo aos raios do sol, sob olhares gulosos dos deuses. Zeus fantasiou-se de um cisne imenso e de radiante plumagem para poder cortejá-la, temendo ser rechaçado pelas convicções ainda honestas de uma recém-casada com Tíndaro, herdeiro do reino de Esparta. Quanta falsa inocência! Leda logo percebe o que a aguarda; senta-se e começa a observá-lo abanando suas belas plumas com grande excitação. Ele dá sinais de que irá partir para saciar o desejo, grasnando atração física. Leda se fascina com o estilo da aproximação: o toque das plumas e as carícias de seu longo pescoço. Nas nuvens, Leda oferece-se para que o cisne deite sobre ela e a possua. Não deu outra. Meses depois, engravidou e de seu ventre saíram dois ovos: do primeiro, nasceu Castor e do segundo, Pólux, que herdou a imortalidade divina. Ambos se tornam grandes guerreiros e amigos inseparáveis. Porém Castor (que herdou a mortalidade humana) perde a vida em uma batalha e Pólux suplica a Zeus que devolva a vida do irmão querido. O tamanho da demonstração de amor fraterno fez com que Zeus dividisse o usufruto da imortalidade de Pólux, com ambos também se alternando nas agruras de ser mortal, homenageando-os com a constelação de Gêmeos, na qual não poderiam ser separados nem com a morte. Moral da história: o cisne era gay e tão somente usou o ventre de Leda para perpetuar a espécie em irmãos umbilicalmente inseparáveis, mediante a autoridade de um deus pai.