É irritante ouvir que “Cisne Negro” não é um bom filme de balé. Será que não deu para perceber que o cerebral diretor Darren Aronofsky não estava interessado nas coreografias e sim no que elas têm de exalar para o público através de preparativos e ensaios exaustivos, no intuito de arrancar a alma do cisne negro e exibi-la como troféu? Onde o filme se concentra para tentar alcançar a perfeição no palco e nas telas, desde que se libertando do corpo e da mente, com a arte imitando a vida, assim na terra como no céu! E é isso a que Natalie Portman, virtual ganhadora do Oscar de melhor atriz, se propôs, perdendo 10 kg e treinando balé 8 horas ao dia para alçar voo no “Cisne Negro”. O filme deixa o espectador tenso com o martírio físico e psicológico de Nina, a bailarina, a tentar distinguir o que é real do imaginário, se num frenesi de um thriller psicológico ou filme de terror ou simplesmente uma alegoria, ficando chapado com o desfecho, que não corresponde à expectativa de quem entrou no escurinho do cinema para assistir a um filme licoroso de balé. Quando Natalie Portman é possuída por uma criatura que veio das profundezas de Nina e se transforma num cisne negro que arrebata ambas as plateias, a tal ponto que culmina por se envolver com Benjamin Millepied, seu professor de balé no “Cisne Negro” e coreógrafo do New York City Ballet, engravidando de seu primeiro filho – já que lhe faltava coragem como Nina para avançar sobre o magnífico Vincent Cassel, seu coreógrafo no filme, a confirmar o vale-tudo entre a ficção e a realidade. Darren Aronofsky sempre extrai o melhor de todos os seus atores.
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