odeio quando sentem ciúme de mim
assim, sem eu saber
ou fazer nada além de ser.
muitas vezes nem sei
que existe ali compromisso,
que “a” é de “b” e que eu, “c”,
sem querer, fiquei
no lugar errado do alfabeto.
isso não tá certo!
e o pior é que quase sempre
não chego nem perto de desejar
quem me fez de alvo.
e quando eu curto ela,
mas ele não presta?
por causa de uma fresta,
a da minha ingênua doçura,
eles fazem a festa
com meus sentimentos,
criando inventos
pra disfarçar o próprio tormento,
espalhando mentiras ao vento.
eu apenas lamento,
mas sempre (burra)
também tento
esse quadro mudar,
botando o “b” do lado do “a”
e deixando-me “c” longe, pra lá,
provando que não sou ameaça,
mas nada que eu faça
acaba com a alheia pirraça,
mesmo quando se disfarça
com doce cordialidade.
sei que falar a verdade não sacia.
serve poesia?
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