O que está por detrás da notícia em rápidas palavras
COLLOR CISCA PARA FORA
Por ser desagregador, diferente de ciscar para dentro, que significa conciliador. Voltou ao poder com os mesmos olhos esbugalhados, deixando-nos preocupados com o seu estado de saúde, pois parece que sua imagem irá congelar e virar estátua. Mas continua no mesmo estilo pitbull de garoto de rua: bateu, levou. E a não gostar de pegar no batente, valendo-se de licenças quando se entedia com companheiros que não estão no seu nível ou se irrita com a roubalheira que impera no Congresso. No comando da pasta da Infraestrutura do Senado, retorna ao palco pelas mãos de Sarney, num retrocesso que, se não vai tão longe quanto a Idade Média, beira ao Brasil colonial. Porque Sarney pôs o baixo clero debaixo de sua asa para refundar o alto clero, que ficara por baixo até o PT do mensalão suplantar o PT arauto da honestidade. E, com maestria, conchavou uma agremiação com identidade de interesses para não deixar dúvida, cujos nomes mais expressivos ciscam para dentro do Nordeste e do Norte do Brasil, levando a nocaute a bancada do PT, afrontando São Paulo e calando a trupe do Serra, que não sabe como se compor com seu discurso ético. Afinal de contas, Collor chamou Sarney de ladrão e hoje Sarney é o manda-chuva da Casa que já foi de Rui Barbosa. É preciso um mínimo de respeito com profissionais.
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Antonio
Carlos Gaio
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