Impeachment com um bandido (Eduardo Cunha) presidindo os trabalhos já seria demais para invalidar e suspender o processo de impeachment. Se não conseguiram incriminar Lula até agora por falta de provas, depois de tanta perseguição e tentativa de prisão para forçar sua confissão, e Eduardo Cunha está para lá de encalacrado com tanto achaque, negociata e conta na Suíça. Se terá de passar pelo escrutínio do Senado presidido pelo Renan Calheiros, outro enredado nas malhas da Justiça. Se o PMDB do vice Temer é parte interessada em herdar o espólio do PT e o partido mais corrupto de todos, até porque esteve no poder com FHC e Lula/Dilma nesses últimos e seguidos 22 anos. Se um quinto do Congresso está sendo investigado por falcatrua. Se Maluf procurado pela Interpol será um dos 65 deputados que comporão a comissão especial que julgará preliminarmente o impeachment de Dilma. Se o líder da oposição (Aécio Neves) já foi denunciado 5 vezes pelos delatores premiados e nenhuma investigação foi aberta pelo ingrato procurador Janot, com seu casco duro e pau que dá em Chico dá em Francisco. Se a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República eram omissas antes da era petista na Presidência e agora são inquisidoras. Se o prédio da FIESP é o templo escolhido para os inacreditáveis manifestantes paulistas clamarem pela renúncia, como essência do golpe pela entidade representar o patrão contra os interesses do trabalhador. Se o juiz Sérgio Moro divulgou, baseado no princípio da publicidade, a conversa telefônica entre Lula e a presidente Dilma, dentre outras, mesmo depois de encerrado o prazo legal para grampear, é porque lhe interessava fomentar a cizânia e o confronto, seja em nível de estrela a que aspira ou como partícipe do golpe, rasgando a Constituição que jurou respeitar investido das funções de magistrado. Colocou sua atribuição de herói justiceiro acima de todas as coisas para engrossar o caldo da cultura do impeachment, e ver-se liberado para prender Lula, aliando-se à cambada de corruptos e picaretas que formam a maioria do Congresso. Com que moral depor Dilma e instaurar um governo sério, honesto e comprometido com os interesses brasileiros? Mais uma vez, um passo hipócrita que caracteriza o perfil de nosso país.