A Comissão da Verdade aprovada no Congresso visa a examinar e esclarecer as graves violações aos direitos humanos, notadamente os praticados pela ditadura militar entre o golpe de 1964 e o fim com Figueiredo em 1985, não podendo servir para punir ou perseguir quem torturou e assassinou em abjeta defesa do estado de exceção. O Supremo Tribunal Federal legitimou a Lei da Anistia para torturadores e carrascos e o ajuste de contas será com o futuro e não com o passado, trabalhando pela memória de quem morreu lutando por ideais e para que nossos descendentes conheçam melhor nossa História, tendo em vista que a censura prevalecia amordaçando a velha mídia. A mesma mídia que adora sublinhar a irritação de Dilma, mormente quando se trata de ações do DEM lembrando os bons e velhos tempos em que apoiou a ditadura com outros nomes, ao exigir que não participem esquerdistas e parentes de vítimas da Comissão. No instinto diabólico de atingir Dilma justamente nos dias em que fazia importantes discursos na ONU, em favor dos direitos humanos, de acesso a informações ultrassecretas que retratam o que de pior o Brasil já fez, e da liberdade de imprensa. Confessando pro mundo e aos que não sabiam ser uma mulher que sofreu tortura no cárcere, fato esse que foi explorado na campanha eleitoral, identificando-a como uma ex-terrorista que iria pôr fogo no país, confiscando suas riquezas para criar um estado totalitário, irritada com a passividade do povo brasileiro. Noticiado à larga pela velha imprensa, tirando um pouquinho dali e acrescentando um tantinho aqui. Dilma nunca pôde, olho no olho, na TV, declarar que foi alvo de sevícias nos porões do regime, senão causaria um mal-estar generalizado no meio militar, quando hoje está interessado em se livrar desse fardo.