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COMBATES ENCARNIÇADOS NOS BASTIDORES DA JUSTIÇA

Como se não estivéssemos vivendo a pior pandemia de todos os tempos por ser globalizada cem por cento, é pura guerra entre facções do Poder Executivo e Judiciário a bem retratar o ódio que marca o governo Bolsonaro. No afã de passar a imagem de coibir, mais e mais, a corrupção, e roubar o destaque alcançado pela Operação Lava-Jato, que hoje procura sobreviver, a Polícia Federal conseguiu do Supremo o mesmo direito a investigar que a Procuradoria-Geral da República, com uma vantagem: poder para busca e apreensão, batidas policiais e invasão à privacidade, investida no papel de xerife. A PGR de Aras, que busca um lugar ao sol como juiz do Supremo e faz tudo para agradar Bolsonaro, tentou conseguir do Supremo a autorização para a “caixa de segredos” da Lava-Jato, a base de dados das forças-tarefas de Curitiba, Rio, São Paulo e Brasília, ficar à sua disposição em seu escritório. As intenções são, evidentemente, de extinguir com a Lava-Jato, cujos hipócritas e otários procuradores hoje estão arrependidos de terem votado no Bolsonaro e embarcado, mais uma vez, na canoa furada de Bolsonaro. Bolsonaro e Toffoli costuram uma proposta para regulamentar a negociação de acordos de leniência, que funciona como delações premiadas de empresas, excluindo o Ministério Público Federal da jogada e concentrando poderes em Bolsonaro nas rédeas desses acordos, através da CGU e AGU. Evidentemente, para inocentar os amigos do Rei, extorquir propina dos empresários ou dobrá-los à sua vontade. Toffoli e Rodrigo Maia só querem permitir que juízes e procuradores disputem eleições 8 anos depois de deixarem o cargo, para evitar o mau exemplo do juiz Moro, roubando-lhes espaço na política. Não é à toa que se procura coibir o abuso de autoridade, que se vale de reprimir a corrupção como instrumento para dar vazão à sua demagogia e se dar bem no mundo político. Foi o caso de Moro e atualmente de Aras, de André Mendonça, o ministro da Justiça que chamou Bolsonaro de profeta, do desembargador Noronha, que soltou Queiroz, todos que deviam zelar pela extrema correção da Justiça, e não pela sua cobiça e ganância.

Antonio Carlos Gaio:
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