Extraída de um avião da TAM, vindo de Miami, meia hora antes de aterrissar em Guarulhos, com 154 passageiros – a maioria sem cinto de segurança. Turbulência causada por nuvens de tempestade que causam ventos fortes fizeram a aeronave cair no vazio por 30 segundos. Mal se estabilizou, o bicho embicou de novo. A sensação de estar no elevador se lançando em direção ao fundo do poço, com a diferença que pode corresponder a 300 andares em queda livre devido ao peso do avião e da maldita força da gravidade, é o que lhe espera. Se estiver em pé no corredor, flutuará até ser abalroado por malas e objetos que voam do compartimento de bagagem, isso se uma bandeja de lanche não acertar seu quengo. Se estiver sentado, sem cinto de segurança, baterá com a cabeça no teto, isso se não ficar subindo e descendo até abrir um rombo na cabeça. Se cair na besteira de desatar o cinto de segurança para salvar a tonta de sua esposa, que tem incontinência urinária, chegou a sua vez de brincar de astronauta. Quanto a ela, ficou grudada no teto do banheiro. Finda a turbulência, que dura pouco e o suficiente para não esquecer pro resto de sua vida, você pode cair sentado entre os bancos e ficar entalado ou esmagar crianças a bordo. Sob gritos de pânico ou choro convulso, por todos terem escapado do encontro com a Morte. Fraturar a coluna, o fêmur ou as costelas é a bênção merecida para você meditar se já não se encontra no fundo de seu poço, fruto da queda, em seguida ao baque.