Existe gente em cidades do interior que considera aceitar o Bolsa Família como uma indignidade para a comunidade. O pobre coitado acomoda-se com cento e poucos reais e não se faz respeitar ao não conseguir viver através de seus próprios meios, além de prejudicar a expansão do emprego com carteira assinada em localidades pobres. Falar de mercado de trabalho onde é invisível a fronteira entre a pobreza e a miséria, é falar para o deserto. Se era escravizado a uma atividade em que o patrão o explorava, liberdade ainda que tardia. Ou por mera obrigação, apenas para sustentar casa, bom retorno à mãe de família para cuidar de seus filhos. Além do mais, a modéstia da bolsa impede a família, como um todo, de viver de renda e desistir de uma boa colocação. São séculos de exclusão no Nordeste e somente 6 anos de Bolsa Família. Por que esse arroubo de dignidade e amor-próprio em oposição à boa vontade que deve predominar no reino dos homens? Constituindo-se num obstáculo para manter o ser humano no seu estado primitivo e impedir sua socialização.
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