Pior do que o uso indevido de jatinhos da FAB pelos presidentes do Senado e Câmara de Deputados e pelo ministro da Previdência, é o filho do Joaquim Barbosa ser empregadinho da Globo em reconhecimento aos excelentes serviços prestados pelo pai ao ter condenado os mensaleiros do PT, passo fundamental para emplacar um presidente tucano com o descrédito do PT, assim acreditam fundamentalistas da comunicação. Impressionante como no Brasil recém-criados paradigmas da moralidade se desmancham com frequência e com facilidade. Se Joaquim sair candidato, mais uma vez a Globo estará no meio do tiroteio da campanha ao se utilizar de artifícios que em nada diferem dos empregados por Sarney ou Renan. A regulação da mídia visa a cortar as asas dessas dinastias que não se cansam de interferir no processo democrático com métodos condenáveis desde 1930, quando Getúlio Vargas sepultou a República Velha. O conluio da Globo com Joaquim Barbosa se inscreve como uma das mais expressivas intervenções no equilíbrio entre os poderes estabelecidos, justamente no julgamento do mensalão, considerado o maior do século. Não põe sob suspeita o julgamento (os outros juízes votaram e respondem por si), mas abala a credibilidade do nosso regime democrático, posto que a de ambos, se assim agiram, estão pouco se importando do alto de seu pedestal.