Não adianta tentar andar
Mais rápido do que o tempo
Nem brigar com os contratempos
Já basta eles serem do contra
Dá para fazer contas
Mas nem sempre se dá conta
De tudo que o tempo subtrai
Do que a falta de tempo traz
Do quanto não viver o hoje
Tira a paz
A gente sempre quer mais
E divide o agora com o que
Nem aconteceu ainda
A gente fica olhando pra trás
E tropeça no meio da avenida
A gente adjetiva tudo o tempo todo
Objetivar é a mente que passa o rodo
Na própria ignorância
As coisas simplesmente são
E nós também
E por ser, leia-se
Estamos agora isto
Ou aquilo
Não interessa
Se é bom ou ruim
E sim
O que vamos fazer disso
OBS: Poema que nasceu por causa da minha briga com o tempo e, sem eu nem perceber, terminou com um dos maiores ensinamentos do meu pai, que, se vivo, dia 8 de novembro de 2023 faria 80 anos. To avançando muito nesse aprendizado, paizinho.