Em época de eleição, é normal o eleitor, impregnado de suas convicções, não querer ouvir o que o seu oponente ousa argumentar. Apesar de democracia representar o livre debate de idéias e as eleições se constituírem no ápice da festa, o adversário se torna inimigo, a ponto de ambos não poderem se falar e trocar opiniões, enquanto as urnas não encerrarem o plebiscito. Comentários ferinos, raciocínio fraco, espírito retrógrado, raiva acumulada, discriminação, heresias, difamação, baixo nível, panfletos apócrifos, guerra de e-mails – finalmente, todos mostram quem são, inseridos ou não na disputa. Quando aparentam estar conversando com o espelho, na esperança de serem compreendidos em seu discurso político.
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