Como aperitivo para a final, a disputa pelo terceiro lugar entre Croácia 2×1 Marrocos. Croácia, vice na Copa anterior, teve outro bom desempenho, sem contar que eliminou o Brasil nos pênaltis nas quartas. Foi superior a Marrocos, a surpresa da Copa de Catar, impondo seu futebol mais técnico, com gols de Gvardiol e Orsic. Marrocos sentiu os efeitos da campanha e não rendeu nada, mas deu muito orgulho ao seu povo, aos africanos e aos muçulmanos.
1º tempo arrasador da Argentina, que se utilizou da malícia portenha dos velhos tempos, acuando a França lá atrás, desconhecedora dessa estratégia irritante. E a impediu de assinalar o primeiro gol com que costumava derrotar os adversários. A Argentina escalou surpreendentemente Di Maria como ponta-esquerda, que cavou bem o pênalti e marcou o segundo em contra-ataque fulminante. Mas tudo aconteceu graças a uma nova grande exibição do maestro Messi, que detonou da mesma maneira a Croácia e Holanda no 1º tempo com 2×0.
Diante do resultado adverso, o excelente técnico francês, Didier Deschamps, que havia conseguido que Griezmann, Rabiot e Dembélé tivessem uma atuação na Copa do Mundo que não vinham apresentando em seus clubes, substituiu Giroud e Dembélé ainda no 1º tempo, e Griezmann no 2º, por Thuram, Koli Muani e Coman. Deu resultado, 2 gols de Mbappé, um de pênalti, passando à frente de Messi na artilharia da Copa, virada que abateu a Argentina. No entanto, a decisão foi para a prorrogação com a Argentina voltando a dominar e Messi marcando outra vez, para no 2º tempo, Mbappé empatar o jogo em 3×3 e assumir em definitivo a liderança dos artilheiros na Copa. Nos pênaltis, por 4×2, a Argentina se sagrou tricampeã do mundo (1978/1986/2022), mostrando para o Brasil como se cobra um penal, e graças ao goleiro Emiliano Martínez, que evitou dois de entrarem, além de no último minuto da prorrogação salvar o quarto gol francês, cara a cara, nos pés de Koli Muani.
A Argentina estreou na Copa perdendo para a Arábia Saudita, salvou-se de ser mandada mais cedo para casa, e foi crescendo com grandes atuações de Messi, que o tornaram o maior jogador do século XXI, depois de disputar 5 Copas. Enquanto Mbappé conseguiu um hat-trick (3 gols numa só partida), raro numa final, bem como converteu 3 pênaltis no transcurso do mesmo jogo, distribuídos pelo tempo normal, prorrogação e na cobrança de penalidades, mas não foi bicampeão do mundo aos 23 anos. A França, então, não mereceria o título? Devido às qualidades indiscutíveis de seu plantel, já se dizia que a França era a terra do futebol, suplantando o Brasil. Ou seria a Argentina de Messi? Fazendo prevalecer a epopeia de ídolos, como Messi, sobre o conjunto da equipe. Ou mesmo o trabalho magnífico de Leonel Scaloni, técnico argentino, que não gozava de fama nem de currículo que pudesse se ombrear com demais colegas de profissão na Copa.
Em suma, a Argentina mandou na partida nos primeiros tempos do jogo e da prorrogação, ao passo que a França só reagia quando estava atrás do placar e, aí, chegou até a assustar os argentinos em parte do segundo tempo e no final da prorrogação. A França não conseguiu responder à altura à estratégia argentina, além de correr atrás do prejuízo, procurando se valer muito do talento de Mbappé. Mas ainda falta ao astro francês a genialidade de Messi.