O time reserva do Brasil é vagabundo, pois não soube matar o jogo, desperdiçando uma infinidade de gols diante dos Camarões, que ganhou por 1×0. Mesmo se invocarmos o clichê que “perdeu o jogo que poderia perder”, não alivia o vexame. Uma tônica nessa Copa, um time grande perder para pequeno, ou favorito ser escrachado por azarão, tal como aconteceu com Argentina (Arábia Saudita), Alemanha (Japão), Espanha (Japão), Portugal (Coreia do Sul) e agora o Brasil (Camarões).
Em 2010, Gana teve a chance de eliminar o Uruguai e avançar para as semifinais, perdendo um pênalti no último minuto da prorrogação. A história quase se repete, nem bem o jogo começa, outro pênalti desperdiçado por Gana, transcorridos 12 anos. Para piorar o trauma, Arrascaeta, barrado inexplicavelmente pelo técnico até então, fez dois gols seguidos. Classificando o Uruguai para enfrentar o Brasil nas oitavas? Nããão! A Coreia do Sul derrotou um Portugal já classificado por 2×1, empatou no saldo de gols com o Uruguai, mas o derrotou no critério de gols pró. Gana estava vingada por linhas tortas e Coreia do Sul vai se ver com o Brasil.
Jogador por jogador do Brasil. Rodrygo como substituto de Neymar ficou longe do Rodrygo do Real Madri e igual ao Rodrygo do Santos. Se Neymar não voltar, o Brasil começa a perder seu favoritismo. Se bem que Martinelli, com sua atuação, deve ser o primeiro reserva da seleção – o único que se salvou. Gabriel Jesus não devia nem ter sido convocado, quanto mais banco. Daniel Alves, velho, erro do Tite ao selecioná-lo. Bruno Guimarães está sentindo o peso da Copa e decepcionando. Everton Ribeiro e Pedro não corresponderam ao fanatismo da torcida rubro-negra, o primeiro, jogador apenas de clube, e o segundo, lugar-comum. Antony deixou de fazer sombra ao Raphinha e deve voltar para o banco junto com Fred. Militão falhou no gol de Abubakar ao não marcá-lo colado. Bremer e Fabinho se apresentaram sem se fazer notar, o que é mal. O goleiro Ederson, excelente, numa posição que está sobrando. Alex Telles, o terceiro lateral que sai contundido, nos deixando na mão. Conclusão: dos onze reservas que entraram em campo, tirando o goleiro, somente com muita boa vontade, pode-se confiar em 3 deles.
No outro jogo do grupo, Suíça 3×2 Sérvia, de fato, uma verdadeira guerra entre os antigos iugoslavos de raiz e kosovares, num jogo picado e violento, no qual o árbitro argentino Fernando Rapallin teria de expulsar todos os que estavam em campo e no banco – não o fez para não acabar com sua carreira. A Suíça vai ter se ver nas oitavas com Portugal.
Quem já viajou de volta para casa até agora: Equador, Irã, País de Gales, Arábia Saudita, México, Dinamarca, Tunísia, Canadá, Bélgica, Alemanha, Costa Rica, Uruguai, Gana, Sérvia e Camarões. O Catar não conta, pois nem parece que disputou a Copa, sendo enterrado em algum ponto do deserto ou, então, morreu na praia.