Depois de uma abertura de Copa de baixíssimo nível técnico do Catar com uma fácil vitória do Equador por 2×0 e a Inglaterra ter goleado o Irã por 6×2, deu a impressão de que o rigor islâmico não combina com a alegria da Copa e não traz bons resultados. O rigor se expressa na proibição da venda de bebidas alcoólicas, descumprindo as disposições contratuais para sediar a Copa, a exigência do hijab (véu árabe) para esconder e trancafiar a mulher em si mesma ou qualquer alusão ao grupo LGBTQIAP+, já que só existem dois sexos e bem definidos para o islamismo. Contestado pelo selecionado do Irã em campo ao se recusar a cantar o seu hino.
Eis que vem a Arábia Saudita, no primeiro desastre da Copa, para atropelar uma Argentina que dominou e venceu no 1º tempo pelo placar mínimo, quando podia ter feito mais, e surpreender logo no início do 2º tempo, virando com 2 gols belíssimos de Salem Al-Dawsari e Al-Shehri e deixando a Argentina completamente nocauteada. Ou Messi está ficando velho (35 anos) ou o nível do selecionado atual não está à sua altura.
Já a Holanda apareceu com uma equipe menos talentosa do que de outras Copas, mas ganhou, somente no final, de 2×0 do Senegal, que se apresentou desfalcado de seu maior ídolo Mané, contundido, e merecia um empate, se não fora seu conceituado goleiro Mendi colaborar nos dois gols. Estados Unidos e País de Gales empataram em 1×1 e demonstraram que não passarão das oitavas, embora apenas um dos dois se classificará, já que a outra vaga será da Holanda.
Seguiu-se uma sucessão de empates de 0x0, a começar pela decepcionante Dinamarca contra uma Tunísia retrancada. Entre Polônia e México, absolutamente iguais em mediocridade, ratificado pelo pênalti desperdiçado por Lewandowski, o que o inseriu na lista de maiores jogadores do mundo, ao lado de Zico, Maradona, Platini, Messi, Baggio, a perder pênalti, que não é coisa que se perca, ainda mais na Copa. Entre Marrocos e Croácia, a vice de 2018 que, dessa vez, não vai muito longe
Jogos entediantes, compensados pela goleada da França na Austrália por 4×1 com um ataque composto de Mbappe, Dembélé (em ótima forma), Giroud e Griezmann, o que a recomenda com muito favoritismo, se não fora os maus presságios a perseguirem com o seu sétimo jogador titular contundido e a Austrália ser um time extremamente ruim (seus jogadores só conseguem vaga no campeonato escocês).
Até surgir o segundo desastre da Copa, a confirmar a ascensão de seleções de futebol mediano e a queda livre dos outrora monstros do futebol. O Japão bateu a Alemanha por 2×1, virando no 2º tempo com gols de Doan e Asano nos últimos quinze minutos, quando reagiu ao domínio da Alemanha até então, que desperdiçou inúmeras oportunidades e em sequência, deixando espaços enormes na defesa no afã de aumentar o placar apertado, afinal de contas, há que respeitar as tradições alemãs. Resultado: voltaram a sofrer um novo fracasso diante de uma equipe asiática – no Mundial de 2018, a derrota para a Coreia do Sul, na fase de classificação, lhe valeu a eliminação precoce.
A seleção alemã, posando para foto com a mão na boca a significar a mordaça, a censura e a repressão notórias nos regimes islâmicos deixou Alá irritado: fazer isso nos meus domínios? Vai te catar!