As manifestações não fizeram a mais leve menção ao combate à pobreza. Nem se interessaram em protestar pelo aprofundamento das medidas para acelerar a distribuição de renda já conquistada nos últimos dez anos, conforme comprovado pelos últimos índices de desenvolvimento humano. São contra o crescimento econômico que não cuida da qualidade de vida nos centros urbanos que vão se expandindo desordenadamente. São contra a ideia do crescimento pelo crescimento, o mantra de todos que querem provar a má gestão de um governo. O incremento na renda com a política de valorização do salário mínimo e o aumento do emprego com carteira e dos benefícios dos programas de transferência de renda que elevaram o consumo na classe C em ascensão não causaram maior impressão à parcela substancial da classe média com mais bagagem cultural. Um conflito de classes sociais dentro da mesma classe, uma em escalada, outra em declínio.