Pichar o Corcovado, símbolo da cidade e do país, uma das 7 maravilhas do mundo moderno, no day after das chuvas que pararam a cidade e provocaram deslizamento de terras que cortaram o acesso ao Cristo Redentor, é declarar guerra ao choque de ordem. Heroico desbravar a floresta da Tijuca interditada, vanguarda incluir a pichação como manifestação de arte, melhor garotos picharem do que roubarem ou se drogarem. Pois pior é emporcalhar o Cristo com vísceras que ocuparam o lugar de seus neurônios. No lugar de usar o destemor e a iniciativa corajosa para salvar vidas, querer se aproveitar de uma tragédia para aparecer a todo custo e ainda assim não sair do anonimato, por medo de dar as caras e a maioria não gostar do que viu. Se nem vocês acreditam em si mesmos! Se o que fazem é arte ou meros rabiscos. Se artistas ou vândalos. Se desejam se inserir no contexto ou se manter à margem da ordem – por absoluta falta de talento. Marginal é uma onda, mas se um pichador não conseguir dar o pulo do gato e se descobrir careta no futuro, duro será reconhecer que o palco iluminado não foi feito para o seu bico. Tarde demais para uma faxina na sua vida.