Damos demasiada importância a certas coisas como se a razão de nossa vida dependesse delas. Como se tudo girasse em função de pequenos elementos que se tornam grandes aos nossos olhos. Quando basta espiar o passado para perceber o que foi difícil de suportar e causou transtornos, hoje já não é mais e tudo passou. Aí incluídos rancores, lágrimas e incompreensões. Até nos admiramos como pudemos ter sido tão incapazes e incompetentes para lidar com certos problemas. Mesmo eventualmente correlacionados a holocausto, em função da dimensão adquirida com as perdas, mas que foram proporcionalmente compensados com o que se aprendeu com o sofrimento, ajudando-o a superar barreiras que não se comparam com as que enfrenta na atualidade.
Não há ninguém para quem tudo dá sempre errado e ninguém para quem dá tudo certo. Tudo corresponde a fases, obstáculos, maus períodos, ao inferno astral que atravessamos, caminhos esses que por vezes parecem longos e intermináveis, principalmente quando é o lado dolorido da vida que se apresenta sem dar trégua.
Tal como o fim das tempestades ou do mau tempo, a paz um dia vem. Com a compreensão e a luz. Se não se preocupar excessivamente em não se perder, nunca errar, tomar decisões desacertadas e ser alguém à prova de abalos. E saber se aprumar com os tombos, erguer a cabeça, assumir a coragem de admitir as falhas e a humildade em se desculpar, quando convém calar-se e falar somente se a ocasião pedir.
Há e sempre haverá uma janela aberta nos Céus para nos acolher. Mas antes estamos sujeitos a passar pelo buraco da agulha despidos de nossas vaidades. Não é fácil cruzar esse umbral, mas certamente teremos de ir às vias de fato para a nossa encarnação valer a pena, conforme as leis do carma de aqui evoluir o espírito em carne e osso.