De que adianta você ir dormir para fugir da saudade e justamente sonhar com a pessoa em questão? A quem você ama e ela está fugindo de sua pessoa. Ou a quem você não admite que ama e ela te perseguir até em sonhos. Não sai de sua cabeça. Você procura convencê-la de sua forma de amar, mas ela exige uma prova decisiva. Que você não tenha outra com quem sonhar. Ou que pelo menos assuma que o filme exibido em seu sonho é de tamanha concretude que é melhor acordar e passá-lo para a realidade. Afinal, Freud continua a existir em nossas mentes e corações. Se a saudade aperta, o amor tem peso, cor e substância. Se consegue se intrometer nos sonhos, vencer o cansaço e se fazer presente, é um sinal claro e indubitável de que não adianta fugir. O sonho joga contra a realidade que os incrédulos pretendem esconder. O amor não acaba com manobras protelatórias que visam contornar o medo de amar, de novo. E o sono não equivale a uma sepultura para se enterrar e morrer para os seus sonhos de amor.