Temer indicou seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para ser juiz supremo, no mínimo por 26 anos, com o objetivo de ser seu advogado no Supremo diante das acusações na Operação Lava-Jato. Bem como proteger o “Santo” (Alckmin), de quem foi seu secretário da Justiça, além de Serra, Aécio e a corriola do PSDB, apesar de correr o DEM no seu sangue – sua origem política. O novo ministro do STF assumirá com a função de revisor das decisões da Lava-Jato em plenário, nada que o maquiavelismo de Temer não desconheça. Como se o PSDB precisasse de proteção do Poder Judiciário. Só se foi para evitar o golpe do golpe por parte do PSDB para cima do Temer. Alexandre de Moraes já foi defensor de Eduardo Cunha (aprendeu muita coisa com o professor) e representou em processos uma cooperativa investigada por elo com o PCC (Primeiro Comando da Capital, uma facção criminosa que comanda assaltos, sequestros, assassinatos, tráfico de drogas e rebeliões nos presídios). Vazou, como ministro da Justiça, que Palocci seria preso numa nova operação da Lava-Jato na véspera das eleições municipais. Toffoli, como juiz do PT, é fichinha perto de Moraes, ainda mais depois que passou a carregar a mala de Gilmar Mendes (votando sempre fechado com o coronel). Mas o que restará da sua tese de doutorado em Direito de Estado na USP? Falsidade ideológica. Lá escreveu que um ministro não deveria ser nomeado pelo governo a que servia para que não houvesse dúvida sobre sua independência. Temer e de Moraes sabiam disso e mesmo assim foram em frente com a vigarice e o estelionato, sem temer as consequências. E pensar que o atentado contra o ministro Zavascki vai ser considerado um acidente de trânsito. Quase prenderam Lula, tiraram Dilma do poder com o golpe, extinguiram a lei das pedaladas, ascenderam uma quadrilha ao poder com a adesão em massa do PSDB, apagaram o juiz do Supremo que cuidava da turma do foro privilegiado incriminada na Lava-Jato, sacrificaram Dona Marisa Letícia Lula da Silva, fruto da estratégia tramada pelo juiz Moro e puseram de Moraes no lugar do Zavascki. Nem a teoria conspiratória mais brilhante criaria uma realidade mais diabólica do que essa, iniciada por movimentos de rua da classe média que pedia o fim da corrupção em 2015 e que agora se chafurda num silêncio que está comprometendo o futuro do Brasil. Parecem o suspeito de um crime que, diante do delegado, declara que não irá prestar declaração nem perante o Juízo. Parabéns pela bonita carreira de Alexandre de Moraes! Um verdadeiro profissional que, de tanto combater a criminalidade, tornou-se um expert.
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