(Croniqueta baseada em matéria do Globo de hoje, de 21 de abril de 2016, página 4 do 1º caderno, publicada por descuido por confessar as manobras do Tribunal Superior Eleitoral para cassar apenas o mandato de Dilma, no caso de o impeachment não passar, livrando a cara do Temer).
“Está sendo costurada nos bastidores do TSE uma estratégia que pode levar à absolvição do vice Temer nos processos que pedem a cassação da chapa vitoriosa nas eleições presidenciais de 2014. O primeiro passo seria separar as contas do vice Temer da presidente Dilma. A Corte teria o papel de evitar uma crise de governabilidade no país, depois do trauma de um eventual impeachment. Embora essa solução contrarie a jurisprudência do próprio tribunal que, até hoje, não admitiu pedidos de divisão das contas de campanha entre o titular e o vice, cassando toda a chapa em caso de irregularidade. A expectativa é que, se houver o impeachment de Dilma, as ações passem a tramitar de forma mais vagarosa no TSE, em virtude de a maioria dos ministros da Corte não estar interessada em tumultuar o novo mandato do vice transmutado em presidente”.
Ou seja, nem começou a fase da coleta de provas e quatro ministros do TSE estão decididos a mudar a jurisprudência do Tribunal e separar as contas de Dilma e Temer, ao invés de julgar para cassar ou não a chapa vencedora das eleições. A troika Gilmar Mendes, Luiz Fux “minha filha, minha vida” e o convertido Dias Toffoli defendem a tese de que foi Dilma quem obteve a Presidência de forma fraudulenta e que Temer apenas irá ganhar a Presidência caída do céu. Sem um voto. Legitimamente.