Famílias que recebem o Bolsa Família tiveram menos filhos que a média brasileira entre 2003 e 2014. Enquanto o número de crianças caiu para 10,7% em todas as classes sociais, dentre os mais pobres a queda foi de 15,7%, sendo que no Nordeste a retração foi de 26,4%, com a média de filhos baixando para 2%. Os resultados fulminam o preconceito de que as mães beneficiárias do Bolsa Família procuram ter mais filhos para receber mais dinheiro do programa. Atribuindo aos mais carentes um caráter oportunista em relação à maternidade, como se essas mães fossem capazes de ter mais filhos em troca de um dinheiro que não dá conta do leite das crianças e de despesas que surgirão depois. O preconceito é típico de quem é movido por qualquer motivação financeira, uma migalha suficiente para corromper seu pobre caráter, julgando por si para generalizar que todos pertencemos a um mundo feito para tirar proveito do que nos cerca e bem como a seu próximo, esperto o bastante para sair do nível da sobrevivência para se dar bem. E quanto mais pobre for, mais propenso a esse princípio de levar vantagem em tudo.