Um discurso de Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas que primou pelas mentiras de um governo sem corrupção, que não abre mão da democracia e das liberdades individuais, a exaltar sua política de zerar o desmatamento ilegal e estrito respeito à Amazônia e à vida dos índios, a convocar os empresários estrangeiros a investir num Brasil livre da ditadura do socialismo cuja economia comemora ter um dos melhores desempenhos entre os emergentes, e de sempre alerta combater a pandemia com base no tratamento precoce, já que ele se regozija de não se vacinar, sendo contra o passaporte sanitário. Um discurso típico da República do cercadinho, uma colcha de retalhos em que uma coisa não se conecta com outra, procurando transformar os diplomatas da ONU em seu gado. A que se seguiu um castigo dos Céus: depois do ministro da Saúde usar o dedo médio em riste para execrar a opinião pública brasileira em Nova York, pegou Covid e ficará isolado em seu hotel por 14 dias. Podendo ter contaminado a delegação brasileira, o primeiro-ministro britânico e o secretário-geral da ONU, o mundo da diplomacia, fazendo o país passar vergonha – a ratificar que o mau remédio é pior que a doença. E, por último, nesse dia desastroso para uma nação que já foi muito amada mundo afora, o petulante ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, chamou a senadora Simone Tebet (MDB – MS) de descontrolada na CPI do Genocídio. Como se só as mulheres perdessem a razão, no entender de feminicidas, ainda mais com o presidente desequilibrado que temos, do qual Wagner Rosário é pau-mandado e seu menino de recados. Cujo filho, Jair Renan Bolsonaro, publicou um vídeo mostrando uma gaveta cheia de armas, com a legenda: “Aloooo CPI!”, rindo em seguida. Numa clara ameaça aos senadores, em grau avançado de marginal.