Se um juiz não encarar fila como todos os outros mortais, já pega muito mal. Imagine furar a fila do Judiciário às escondidas para receber antecipado pagamentos e benefícios que lhe são devidos, enquanto a plebe ignara leva anos. E se for para embolsar as segundas férias não gozadas, enquanto o país inteiro só desfruta apenas de um período? E se for auxílio-moradia para ajudar a morar no bem-bom que escolheram? E se, sobre a soma devida, aumentarem os juros acrescentando mais meio ao meio por cento que é legal? Uma mixaria que no caso do Tribunal de Justiça de São Paulo gira entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão por magistrado. E se arrolarem ao trem da alegria os servidores mais graduados que integram a corte desses desembargadores? Melhor que isso, só dois disso! O prejuízo maior é a perda da credibilidade do poder de toga, que reforça a máxima de que a justiça foi feita para os ricos e poderosos.