Pâmela, no dia de seu aniversário de 24 anos, saiu de uma festa meio tocada e, ao volante de seu carro, subiu na calçada e imprensou contra o muro uma mãe grávida e sua filha de 8 anos – só a mãe se salvou. Ao tentar fugir e bater num poste, demonstrou que sua habilidade maior não era a de dirigir. Não foi o veredicto de um tal de Cachaça, traficante e justiceiro da área, que a arrancou do carro e a executou com 5 tiros, indignado com a desumanidade e o eximir-se de responsabilidades da assassina, ao não ter prestado socorro às vítimas e abandonado incontinente a cena do crime: favela de Nova Holanda, na periferia da petrolífera Macaé, onde todos os personagens da tragédia moram. Acometido do mesmo desarranjo cerebral, o pistoleiro deixou órfãos os 3 filhos de Pâmela. 2 famílias atropeladas pelo destino, travestido de volante assassino e, em seguida, da justiça feita pelas próprias mãos.