Há uma diferença substancial entre pessoas sensíveis e suscetíveis. As sensíveis entendem o que vai dentro do outro como se tudo passasse dentro de si. As suscetíveis recebem as ideias alheias como se fossem uma ofensa ao seu ego.
Quando consideramos extremamente sensíveis aquelas com quem devemos ter cautela para dizer certas coisas por acharmos que elas não entenderão, o que constitui um equívoco por completo. São as suscetíveis com que nos obrigamos a tomar cuidado para não as magoar. Calando para não aumentar o mal de que padecem. Um incitamento a não ser franco para não acolher observações interpretadas como afronta ao nosso ego.
Criando, assim, relacionamentos superficiais, inviabilizado o direito de ser transparente por medo de abrir espaço para a decepção, e impedindo de nos conhecermos verdadeiramente, ao optar por enganar e ser enganado. Sinal de não estarmos preparados para ouvir o que não agrada, aquilo com que não se concorda e difere da nossa maneira de pensar ou de agir.
Por que só um lado dominaria o cenário e saberia de tudo? Por que apenas um hemisfério compreenderia o Todo e teria sempre uma visão clara a respeito das coisas da vida? Por que a razão enxota para o outro lado quem não pensa igual a ela? O lado errado. Se somos seres especiais, que aprendem a cada dia, se quisermos, a diferença entre o orgulho e a humildade. Baseada na imagem símbolo de Cristo de nos curvarmos e lavarmos os pés de nossos adversários com quem disputamos a primazia. Por que continuarmos resistindo e negando abrir a nossa escuta? Dando o braço a torcer para construir relacionamentos límpidos em que seu espírito não estará mais sozinho para discutir consigo mesmo.