O sociólogo francês e tucano, Alain Touraine, afirma que Dilma Rousseff é uma incógnita. Muito interessado pela força antropológica que representa o movimento feminista, considera que a visão de sociedade das mulheres é o contrário do modelo masculino, de extrema tensão e polarização, enquanto elas buscam a conciliação em vez da oposição. Ninguém as menciona como realizadoras, quando são mais criativas do que os homens. No entanto, aparecem mais como vítimas, principalmente da violência doméstica, num mundo em que o sexismo predomina e deu lugar ao mercado financeiro: dinheiro pelo dinheiro. As teorias românticas foram ultrapassadas pelo erotismo, pornografia e o sexo sem comunicação, emoção ou intenção. Interesse e desejo são a mesma coisa. O cerne da angústia de Touraine é a impossibilidade de reconstruir as bases sociais de qualquer sociedade globalizada, que se tornou individualista, egocêntrica, mesquinha e desumana, perdendo por completo a sensibilidade de pensar no próximo. Incógnita é para onde a humanidade caminha.