Será que o eleitorado emergente, que ascendeu de pobre a classe média baixa durante o governo Lula, adquiriu uma cabeça mais independente e deixará de votar em Dilma? Por repudiar o voto de cabresto e se sentir desobrigado de votar nos apoiadores do governo Lula, que proporcionaram grande parte dessas conquistas. Com acesso a computador, TV e mais informação, considera-se mais senhor de si e de suas ações para escolher seus candidatos, agora que ascendeu a uma situação que o fez evoluir e querer mais. Afinal, as conquistas estão consolidadas e não deseja ficar mais no lugar de humilde e agradecido ao pai Lula. Tampouco cabe chamar essa classe C de traidora, nem que ficou besta metida a rica, por se tratar de eleições livres. Todos têm o direito de mudar de pensar e abandonar sua outrora linha de raciocínio julgada pobre. Se será um passo à frente ou atrás, o eleitor não estará em julgamento; apenas ele conquistou mais consciência para arcar com as consequências da escolha. Contudo, o arrependimento tardio do voto com a intenção em avançar, que de fato representar um recuo, não o eximirá de culpa nem o livrará da cara de um palhaço chorando.