É como Vampeta dizia sobre clube endividado: o clube finge que paga e o jogador finge que joga. Dilma finge que é de direita ou neoliberal nomeando um Ministro da Fazenda gênero tucano (Joaquim Levy) para, na prática, não terceirizar a pasta da Fazenda como Aécio faria com seu guru Armínio, se eleito, e exercer sua função de presidenta reeleita no comando da economia, para, assim, ser acusada de estelionato eleitoral pelo Aécio. Por que Dilma assim age? Para enganar os apologistas do mercado e tranquilizar o meio na mesma toada que eles sabotaram seu governo antes e durante a campanha eleitoral, bem como o farão no seu prosseguimento. Essa problemática já aconteceu com Getúlio Vargas, Jango Goulart e Lula. Juracy Magalhães, primeiro presidente da Petrobrás no governo Getúlio Vargas, disse que o que é bom para os EUA, é bom para o Brasil. Palocci foi o Ministro da Fazenda de Lula, realmente petista, mais tucano que já houve dentre outros economistas ortodoxos. Por Jango ter colocado Celso Furtado (eminentemente esquerdista) na cabeça do Ministério do Planejamento, ajudou a botar mais lenha na fogueira do golpe em 64. Como Dilma pode colocar uma voz identificada com seu voto majoritário se o pensamento econômico que reverbera no establishment é gerar superávit primário para pagar os juros da dívida do governo? Escandalizando-se se desviá-lo para educação, saúde ou Minha Casa, Minha Vida, conforme reivindicado pelas manifestações em 2013. Condicionando à rigidez do orçamento a volatilidade da economia que deve girar em torno das necessidades humanas e não a serviço do reles capital.