Todos sabemos que o nosso regime é presidencialista com viés autoritário, já que os tempos republicanos ainda não incorporaram mais democracia como devia. Contudo, sendo constantemente chantageado pelo Poder Legislativo no afã de sequestrar o poder presidencial ao não votar suas propostas, e, juntos, tentar governar o país. Jânio Quadros e Collor partiram para quebrar essa dinâmica com muito autoritarismo, intervenção no mercado e postura imperial, acabando por não cumprir o mandato. Não havia alternativa, Dilma teve que dividir o poder com o PMDB, senão teria como adversários os presidentes do Senado e da Câmara de Deputados em pé de guerra, comendo seu governo pelas beiradas. Valendo-se de Michel Temer, seu vice, mesmo que restrito à coordenação política (o mais importante no delicado momento político em que vivemos) para neutralizar os inimigos do governo no PMDB. Na impossibilidade de um 3º turno, Eduardo Cunha encabeça uma reação do Poder Legislativo, liderando a maioria negocista em aliança com o bloco dos tucanos, não só com propósitos eleitoreiros para 2018 como também para resgatar a independência e autonomia ultrajadas em 12 anos de petismo, segundo voz corrente dentre picaretas, corruptos, fisiológicos, baixo clero ou seja lá o que for essa espécie de gente. FHC ainda não está esclerosado para esquecer que Antonio Carlos Magalhães era quem mandava em seu governo (o seu primeiro-ministro), ainda mais que Dona Ruth não o suportava e o queria fora dali. Lula venceu a força dessa reação. Quanto a FHC, governou com a reação e se entendeu muito bem com ela.
Deixe um comentário