Elegemos uma presidente mulher que participou da resistência à ditadura e que foi torturada pelos agentes do regime de terror instaurado no país, com o apoio dessa mesma mídia que acabou empurrando Serra para a derrota. Colunistas políticos e editorialistas, metidos a treinadores, pressionaram Serra para agredir Lula nos programas eleitorais, sem dó nem piedade, chamando-o de oportunista por ter se apropriado e mudado de nome os programas sociais herdados – quando a aptidão de FHC só era de cortar gastos, demitir e pagar o FMI. A mídia entrou no jogo de Lula e não soube ser profissional, alimentando desejos inconfessáveis de vingança. Que vêm de longe. Portanto, a vitória de Dilma é moralmente insuportável para eles por representar também uma derrota sobre um passado de generais – quase todos sepultados -, bem como soar dignidade na defesa de valores de justiça social, pelos quais a chamada guerrilheira Dilma se bateu à época e deu o seu sangue. E que hoje está sendo posto em prática. Democraticamente. No voto. Quem sabe contra quem luta, ao final dos tempos, acabará por vencer. O mundo é de quem tem ideais.
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