Trato o meu retrato,
disfarço e altero fatos
e traço um trato comigo:
vou melhorar minha imagem
para meus amigos,
meus leitores
e até pros desconhecidos.
Mas quem disse que eu consigo?
Meu espelho é exato,
a realidade é fato,
gruda como carrapato.
Não dá para editar.
Então aparo excessos d’alma,
dou um zoom na minha calma
e me percebo como sou,
como estou,
como a vida é.
A gente não é o que quer,
simplesmente é e está
exatamente no lugar
que deveria estar.
Chega de Photoshop,
maquiagem, plásticas, STOP!
Vou viver in natura, na serenidade,
na loucura, na luz e no breu.
Afinal, eu sou mais eu.