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DIZER O QUE PENSA É BEM DIFERENTE DE FALAR TUDO O QUE PENSA

O senador Romero Jucá foi expurgado de líder do governo porque teria traído Dilma em indicações para cargos que necessitavam do aval do Congresso. Ao sucedê-lo, o senador Eduardo Braga, no discurso, chega não para substituí-lo, mas para dar continuidade a seu trabalho, mesmo porque “Vossa Excelência tem as qualidades que não tenho e não tem os defeitos que tenho”. Já pensou ouvir tamanha falta de sinceridade de alguém que acabou de tomar o seu lugar? É por isso que político goza da má fama de faltar com a verdade, de nos enganar, de não cumprir o que promete. O sucessor chega a se humilhar invejando certas qualidades que o sucedido possui de sobra, enquanto ele as procura em si próprio e não acha. Só acha defeitos de montão que não enxerga no substituído que, para todos os efeitos, foi trocado por incompetência e por ter mentido ou enganado Dilma. Sabotagem então, nem pensar em se cogitar, porque na ambiência da Casa Legislativa não se pode falar tudo o que pensa senão será alvo das cobras. A despeito de nenhum parlamentar poder ser punido por sua livre opinião no dizer o que pensa a respeito de qualquer assunto. Mas pode ser traído, derrubado, passado pra trás ou aviltado numa comissão de ética. Dizer o que pensa é bem diferente de falar tudo o que pensa.
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Antonio Carlos Gaio:
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