Imagine depender de aposentado para incrementar o PIB, a título de sanear as finanças públicas sob imposição do FMI! Típico de economistas que abusam da eugenia para homogeneizar economias com o neoliberalismo démodé, ao demonstrar-se insensível com o ser humano. Baseado na política de caixa de botequim de cobrir o rombo previdenciário com confisco de pensionistas, basta aumentar o preço da cerveja, nunca da cachaça.
Quando Getúlio Vargas criou o sistema de seguridade social, confundia-se previdência com saúde, as pensões eram magras e com o desenvolvimentismo de JK os militares sangraram os inúmeros institutos previdenciários a pretexto de financiar obras gigantescas de infra-estrutura. Nem ao menos se capitalizava o montante desviado, o que em qualquer banco de quinta categoria garantiria uma renda mensal por outros 35 anos, superior ao salário da ativa. Mas isso são águas passadas.
A poupança nacional será engordada às custas de médicos, professores e concursados públicos, fechando o ciclo de presidentes jogarem a sociedade contra os antigos barnabés, desde que Collor iniciou a malhação do Judas. O que aumentará mais ainda a lucratividade dos banqueiros, sem a garantia do sistema financeiro honrar esses compromissos na terceira idade do servidor público.
Terceirizando uma questão social que não cabe em homens de passado recente em que deblateravam contra o modelo econômico, tão-somente porque passaram a avaliar as ações do Governo mais em função da realidade encontrada do que em razão dos grandes sonhos que tiveram.
Que perversidade e falta de consciência cívica, exclamavam os atuais detentores do poder quando desemplumavam os tucanos. Só quem está no Poder pode avaliar as ingerências da macro-economia no bolso do pobre, cessa tudo quando a musa canta, sob o pretexto dos interesses maiores que a Nação exige. Agora se reservam ao direito de pensarem em monobloco com tropa de choque para pendurar a conta no inativo, que já cumpriu com o seu dever e não é o pai da criança desse saco sem fundo.
Seria mais honesto reconhecer que a taxação dos inativos é necessária para pôr um termo no estado de guerra civil e insegurança que campeia no país. A título de contribuição, enquanto a fome não deslancha da nota zero, ao menos para não causar a má impressão costumeira que o Brasil é dirigido com olho nos seus investidores. Mas isso já seria outra promessa de campanha.
Pura inveja do ócio do inativo, confundem-no com ineficaz e vagabundo.