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DORES QUE EXIGEM CIRURGIA ESPIRITUAL

De quem menos esperamos certas atitudes, eis que vêm mudanças na forma de conduta que nunca imaginamos.
Só para nos demonstrar que é possível um dia chegarmos a um acordo com quem sempre tivemos divergências.
Não cabe estigmatizar diferenças que concorreram para afastar seres, uns dos outros.
O panorama pode radicalmente mudar e a vida nos surpreender. Se a dor se introduzir para nos alertar de dar um passo em direção ao que nunca tentamos, com a convicção e firmeza necessárias. Um estado de espírito que se traduzirá em entusiasmo, pois encontrou um objetivo na vida, nunca dantes pensado. Transitando do esbaforido e acalorado para respirar um ar mais puro e descobrir frescor em sua alma.
E a dor passar, livrando-o do pesadelo que o atormentava por não achar uma saída. Equivalendo a uma cirurgia espiritual.
O dilema de tornar minha trajetória mais digna, fiado nos belos exemplos de meu avô e meu pai, a quem fazia reparos e não dava a importância na medida justa e correta ao que de magnífico construíram, a ponto de não vir conseguindo me incorporar à bela viagem que ambos fizeram em vida, apesar de inúmeras divergências que avô e pai tiveram de enfrentar até se esgotar naturalmente, pautados pelos mais variados sinais com que a espiritualidade nos alerta.
Que cobrança minha, férrea e indigna! Eu não sabia separar os erros humanos da trajetória espiritual que meu pai desenvolveu. Se pudesse viajar ao passado, como bom filho, e participar ou tomar conhecimento do que avô e pai teceram, abrindo caminho para a evolução, eu teria aprendido.
Mas havia que seguir meu livre-arbítrio, aprender com minhas próprias pernas a identificar os sinais e por aí me orientar, sofrendo dores específicas que visam a nos retirar de nossa zona de conforto. Pois, enquanto matéria, acomodado e empurrando o tempo com a barriga, não se faz contato com o que o espírito mais precisa para poder evoluir.
Antonio Carlos Gaio:
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