Um tiro com um tranqüilizante, desses que derrubam tigre ou leão no ato, salvaria a vida de Eloá e evitaria a tragédia do ônibus 174. Recursos técnicos de escuta através da parede, conjugados com atacar durante a madrugada, no pico da exaustão, ajudariam. A polícia deixou passar 4 dias e o anormal criou fama e petulância para desafiá-los prum duelo. Lindemberg não tinha antecedentes criminais, mas um diabinho lhe falava mais alto do que o anjinho e premeditou a vingança para não virar chacota dos amigos só porque perdeu a mulher. Direitos humanos e o paternalismo de não queimar um jovem arrogante, possessivo e ciumento, ou permitir o sacrifício de inocentes? Para quem se julgava o príncipe do gueto – “ele era o cara” -, faltaram bagos para se suicidar, mas não economizou na covardia ao atirar na cabeça das duas meninas. Tentou arrancar uma confissão pormenorizada de com quantos e quais homens uma garota de 15 anos teria ficado e disparou contra seu computador, para que ela nunca mais se comunicasse com alguém por e-mail. Possuído por tamanho ódio, Lindemberg preferiu aplicar um bofetão em Eloá do que levar uma última lembrança de um tempo em que ela se entregava a ele; vai que se arrepende e se coloca no lugar de corno manso. A seu próprio pedido, o inferno será antecipado. No presídio.
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