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É MAIS UM ANJINHO QUE VAI PRO CÉU

Na reserva, o generalíssimo Luiz Eduardo Rocha sai em defesa da corporação e chama o governo Dilma para a briga em torno da Comissão da Verdade aprovada pelo Congresso. Se é para desprezar a Lei da Anistia – que joga para debaixo do tapete torturas e desaparecimentos levados a efeito pelo regime militar -, que se convoque os assassinos, terroristas e sequestradores que participaram da luta armada, bem como os que estiveram no planejamento ou no apoio logístico. Não livrou a cara do nobre senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, que era da ALN, e muito menos da presidente Dilma, que era da VAR-Palmares, organização responsável pelo atentado que matou em 1968 o soldado Kozel Filho – “será que ela participou do apoio a essa operação?”. O general não acredita que Dilma tenha sido torturada pelos gorilas nem que Herzog encontrou seu fim ao se apresentar para depor em instalações militares. Alega que sempre houve tortura no Brasil e que não foram tantos infelizes assim, no máximo, uma média de 6 torturados por dia. Não cabendo, portanto, pedir perdão a quem quer que seja. Ainda mais que as Forças Armadas se encontram no topo das instituições de maior credibilidade do país, acima até da própria imprensa. Não há necessidade de prender o general por insubordinação ao poder que emana do povo – é mais um anjinho que vai pro Céu.
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Antonio Carlos Gaio:
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