Não é a estética, detalhe
Mero entalhe na madeira
É a centelha no corpo
Luz forte que surge do choque
entre dois corpos eletrizados
Como bem disse o dicionário
É o fogo que nasce dentro
Traduzindo na pele o pensamento
Mesmo vindo do toque
É sempre a mente que sente
Onde a chama acende
A sociedade cria, rotula, julga, condena
E, que pena, limita a hora bendita
Mas quando tudo dentro grita de desejo
Eu amo o que vejo
Porque a alma sedenta chegou antes de tudo
É energia que não se sacia
Enquanto não arrebata
Não é a estética estática
É o jeito, na prática
A química que empata o jogo
Onde todo mundo ganha
Quando o espírito se assanha
Ele hipnotiza a carne
Não é a beleza que arde
É muito mais do que isso, compadre
O amor é o paraíso de tarde
Com o sol se pondo no corpo
E quando se junta com o inferno, ô
É muito louco
E é interno
É um prazer quase eterno, seu moço