Carl Bernstein foi o jornalista cujas reportagens no “Washington Post” provocaram a renúncia do presidente Nixon nos anos 70. No Brasil, recomendou à imprensa menos com o chavismo e a ameaça à liberdade de expressão, e mais, muito mais, no cuidado extremo de manter a credibilidade da imprensa em todas as esferas em que as notícias são veiculadas. Nota-se, predominando na cultura jornalística global, cada vez menos a verdade ou o contexto real ventilado pela reportagem, desfigurado pelo culto à celebridade ou por falsa controvérsia. O vertiginoso crescimento do jornalismo na internet nessa era de mudanças não tem sido acompanhado com a devida atenção. Um dia, Bussunda será mais exaltado ainda quando levarem a sério o seu “Fala sério!”, em razão de a imprensa se comportar como mestre e não ter levado a sério os conselhos de Bernstein, passando a não ser levada a sério por haver se detido demasiadamente no sucesso do empreendimento comercial ou no entretenimento para o respeitável público. Esquecendo-se de que o jornal, se bem aceito, torna-se um bem público. O vínculo com os leitores, uma instituição a ser preservada. Onde há que se buscar a melhor versão possível da verdade.