O ecochato tem razão em tudo quando nos adverte para as abruptas transformações climáticas que estão consumindo o planeta e que terminarão por nos tragar rumo ao centro da Terra, queimados nas labaredas do Inferno.
Mas é um são cri-cri, um agitador cultural, um revolucionário munido de árvores e flores que criou a engenharia do ambiente, um intrometido que se mete em todas as áreas por dever de ofício e estraga o negócio dos outros. Por natureza, é um chato, como o Minc, que atazana a fortuna de ruralistas que desmatam florestas para vender carne mais barata, com financiamento do BNDES. Ecologistas sempre queimam fumo, na opinião de Ronaldo Caiado, para viajarem tanto nas ideias amazônicas.
O enochato é que irrita com aquele cacoete de ficar girando o vinho na taça para analisar a complexidade do buquê e apreciar sua vermelhidão. Sente-se um deus na degustação; só ele mesmo para descobrir seu verdadeiro sabor! O enochato ministra aulas sobre uvas o jantar inteiro. Quando não dá uma de sommelier para cuspir a prova do vinho na sua frente. Por força transparece finesse, berço e bom gosto, isso se não for um unha de fome, mamando nas mordomias de quem financia o rega-bofe e precisa de um capacho que lhe proporcione a cultura do vinho. O enochato pode esconder um corrupto, falido ou privatista que adora mamar nas tetas do governo.
Mas o pior da série é o spamchato. O serial killer que nem lê os e-mails e, por pura ignorância, repassa tudo para os seus fiéis e diletos amigos, entupindo-os com piadas xexelentas, reveladoras do estágio em que se encontram. Com mensagens de autoajuda que não estão à altura de repentistas crentes. E de uma poesia que rima o mau gosto com a iniciativa estúpida em compartilhar conosco o que absolutamente não nos diz respeito, se nos fosse perguntado.
Apesar de limitado, o spamchato não tem limites e invade o seu espaço com a sua típica inconveniência de achar que possui talento para colher no cotidiano as pérolas mais interessantes e distribuí-las aos porcos, que somos nós.
E ainda fica “zangadinha” se não quisermos mais receber seus dejetos intelectualóides, cuja destinação final será a lixeira, sem ao menos lê-los. Vocês pensam que ele se importa? Não! O tempo sobra para quem não tem o que fazer.
O que o spamchato quer, na sua vaidade, é se comunicar, fingir que tem amigos, mascarar sua solidão e iludir-se com seus falsos brilhantes. Não sair da ilha de edição a que se restringiu e ficar de longe, com medo de que a crítica sentencie: você não nasceu para isso!
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